23/06/20

Depressão

A morte de Pedro Lima tem-me feito reflectir. Há várias questões que vagueiam na minha cabeça e uma delas é a seguinte: O que leva um homem de 49 anos, aparentemente saudável, com uma esposa bonita e cinco filhos com idades entre os 4 e os 21 anos, a por termo à vida?
Pode haver muitas respostas, mas eu só vislumbro uma (compreendo e estou plenamente de acordo com aquela que foi a sua companheira durante vinte anos quando diz "O Pedro foi certamente surpreendido pela própria dor que, naquele momento, lhe terá sido insuportável", isto é, ao Pedro, a dor de viver tornou-se muito mais pungente do que qualquer outra dor.
Todos nós, de forma mais ou menos intensa, sofremos de alguma dor, mas quando se trata de uma dor para a qual a única resposta que encontramos é a morte, então, isso deveria fazer-nos refletir. É que são milhões os Pedros por este mundo fora, e a tendência é serem cada vez mais a cada dia que passa.
Não deveria a comunidade científica debruçar-se mais sobre estes assuntos do foro mental? Ou estará essa gente, em conluio com os poderes políticos, interessada no enfraquecimento da nossa mente para mais facilmente a poderem controlar? Fica a dúvida.
Acredito que a depressão esteja relacionada com questões genéticas, mas também tenho poucas dúvidas de que, inconscientemente, somos desviados da realidade das coisas, para realidades abstratas manipuláveis. Na linha da frente destes mecanismos estão, obviamente, a televisão e a Internet. Estas duas ferramentas estão aí para alterar radicalmente o comportamento do nosso processador a bel-prazer de alguns. O grosso de nós, à semelhança do que sempre aconteceu ao longo da História, tanto a nível político como religioso, seguirá em carreirinha indiana para onde nos ordenam. E nem precisam de algemas nem grilhetas.
Às paginas tantas, questionamos os comportamentos dos nossos semelhantes e até os nossos. Sentimo-nos estranhos porque nos foi cortado o cordão umbilical que nos ligava ao real. 
Se nada for feito relativamente ao controle das novas tecnologias, vaticino que daqui a poucas décadas, a maioria de nós, não seremos mais do que seres ignorantes deprimidos. 

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