22/06/11

O circo


Foi humilhante, fernandito, mas deixa-me que te diga, tu mereceste; aquele episódio da eleição do(a) presidente da Assembleia da República roçou as raias do ridículo. Cheguei mesmo a ter pena de ti. Parecias uma barata entontecida com sheltox. Vá lá que no meio daquela cambada toda lá apareceu alguém com um bocadinho de bom senso a dar-te a mão, como quem dá a um cego que saiu fora do trilho. Foi digno de uma das melhores cenas de circo a que assisti nos últimos tempos. Confesso que te tenho seguido com alguma atenção desde que surgiste na ribalta e de dia para dia fico cada vez mais confuso na apreciação que faço da tua pessoa. Afinal, quais são as tuas pretensões? O que é que vai na tua cabeça? Será que depois daquele miserável episódio ainda estás disposto a comer na mesma gamela e a chafurdar na mesma pocilga desses seres que se dizem ser os representantes do povo? É claro que tu és igualzinho a eles, (ou melhor, quase igual, porque ficou patente que não passas de um patinho feio) queres um tacho sem dares a mínima importância à forma como o consegues. Depois, à semelhança dos outros todos, és um mentiroso compulsivo. Será que acreditas mesmo que ainda há alguém em Portugal que dá crédito a alguma das tuas palavras? Deixa-me recorda-te só duas frases que proferiste a quando da tua candidatura à presidência da república: “Eu não aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo. Partido político nem pensar… nunca.” (http://www.youtube.com/watch?v=BUIooqx26SE). Não te dás conta que é por causa de pessoas como tu que Portugal está como está? Deixa-me dar-te um modesto conselho. Se te resta um pouco de vergonha e dignidade, desiste dessa viagem em que te meteste, porque se neste momento estás atolado até aos joelhos, não tarda sentires a lama nos gorgomilos, e aí, estás irremediavelmente perdido.