23/11/18


De Borba a Vila Viçosa, de Vila Viçosa a Borba.


De repente tudo se sabe!...

Que os fossos das pedreiras distam 5 metros da estrada em vez dos 50 previstos na lei, 

que existe uma variante, com outras condições de segurança, com pouco mais de 1 Km de extensão do que a fatídica nacional 255, e que a maior parte das pessoas não utilizava,

que muitas instituições e particulares já há muito haviam alertado para a falta de segurança daquele troço,

que morreram naquele incidente 2 pessoas e que mais 3 estão desaparecidas (muito provavelmente por este motivo),

que, apesar de tudo, ainda temos que dar graças a deus porque nesta tragédia, em vez de 5, poderíamos estar a falar de dezenas ou centenas de pessoas,

que se as imagens que agora vemos na televisão sobre o local fossem divulgadas antes de tudo isto acontecer e com a mesma insistência, muita gente optaria pela dita variante,

que para sabermos (só um pouquinho) porque é que isto aconteceu, à falta de autoridades de segurança e judiciárias, precisamos de ter uma Sandra Felgueiras,

que, politicamente falando, os “lóbis” se encarregam de silenciar quem é honesto pondo a nu a podridão do nosso sistema político onde só os bufos e lambe-botas chegam ao topo dos cargos,

que, para mal dos nossos pecados, à semelhança dos fogos do ano passado e da queda da ponte de Entre-os-Rios, desta tragédia não haverá nenhum responsável.

Sabemos, enfim, que neste canto à beira-mar plantado existe um povo a quem cognominaram de pacífico e submisso, que de maneira nenhuma prescinde do seu estatuto.

João Amaral